quinta-feira, fevereiro 12, 2009

REVIVER O CARNAVAL


Aldemiro Guerreirinho
CARNAVAL é assim mesmo.
Despido... de preconceitos....
No meu tempo de rapazola, nos dias que antecediam as festas carnavalescas, era grande a azáfama na preparação dos sacos com farinha (para as enfarinhadelas) sacos com grainhas de alfarroba (para os combates/batalhas), e outros.
Nas três semanas antecedentes ao Carnaval, as colectividades recebiam mascaras. Apareciam as caraças e trajos, o mais estapafurdios que se possa imaginar.
Chegados à Festa/Carnaval era "um ver se te avias"; chegávamos ao "ponto" de entrar pelas casas adentro, onde sabiamos encontrar moçoilas, "aquilo era enfarinhadela por tudo o que era sítio. (claro que aproveitávamos a ocasião para um "aproveitamento"...
Quanto a folguedos, organizavam-se ESTUDANDINAS e/ou CEGADAS que desfilavam dançando e cantando por todas as ruas da cidade, com visitas a outras cidades.
Recordo uma cantilena que rezava assim:

Ò tu branco Maldito/ com a vida vais pagar/Tu vens de lá tão longe tão longe/ a vida nos vens roubar. Corri, Corrá/ O branco morrerá/Corri, Corrá/o Branco morrerá.

À noite realizavam-se os bailes de carnaval nas colectividades, prolongando-se por toda a noite até madrugada.
Numa das três noites realizava-se "O Baile dos Assaltos"; este "assalto" consistia em, cada partecipante levar um farnel, que era exposto na sua mesa. Entretanto, bailava-se, cantava-se, lançavam-se serpentinas, enfarinhava-se com papelinhos e assaltavam-se as mesas do que lá havia.
Na Quarta-feira de Cinzas realizava-se o "Enterro do Entrudo ou Enterro do Bacalhau", tinha muita participação e era muito engraçado pela sua cerimónia, com padre, sacristão e a respectiva água-benta -penico com vinho branco e pincel para o distribuir pelos circunstantes.
Chegados ao local, previamente combinado, realizava-se a "oração" e a leitura do "testamento". O testamento contemplava as pessoas conhecidas na terra, nas várias profissões.
Algumas das "disposições":
Ao sr. ARMANDO CARTAXO (sapateiro) deixavam as solas de pau por baixo.
Ao sr. JOÃO BENITO (barbeiro-al dizento) deixavam-lhe um frasco de veneno etc, etc.
Para a Viúva ficava reservado "o objecto das CALDAS".
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Augusto José Pires
Festejos de Carnaval em Portimão.
Não sou suficientemente conhecedor das tradições carnavalescas em Portimão, pois não resido nesta Cidade, embora tenha cá trabalhado vários anos, os períodos festivos a nível nacional geralmente ausentava-me para o local onde residem os meus familiares, mais concretamente filhos e netos.
Por vezes desloco-me também ao Nordeste Transmontano, de onde sou natural, e ali se encontram todos os meus restantes familiares, à excepção dos filhos e netos, como anteriormente referi.
Na minha região, as tradições eventualmente serão diferentes, pois ali existe a tradição dos chamados “CARETOS”, são rapazes com vestimente tradicional, bem como uma máscara confeccionada artesanalmente em metal, ou seja, uma chapa fina.
Também exibem um cinto suportando vários chocalhos que habitualmente são usados nos animais caprinos, ovinos e até bovinos, para os seus pastores os localizarem.
Fazem tudo isto para amedrontarem as jovens raparigas que se encontrem fora de casa, ou seja a passear nas ruas no dia de Carnaval.
É uma festa para despedir o Inverno e saudar a Primavera e para os caretos é um ritual entre o pagão e o religiosos, tão natural como a passagem do tempo e a renovação das Estações do Ano.
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Olga Reis
Carnaval em África
No meu tempo de criança o carnaval era andar nas ruas de carro ou a pé . Quem ia nos carros ou carrinhas atiravam com farinha para os que estavam a assistir , assim como bisnagas de água. Também havia corso a pé com danças típicas da terra .Eu com os meus vizinhos faziamos partidas, uma delas era : amarravamos um fio a um crocodilo . Em frente da minha casa estavam escondidos a segurar no fio do crocodilo. Do outro lado da rua era a minha casa onde estava o crocodilo escondido, quando passava algém puxavam o fio e o crocodilo vinha andando e as pessoas gritavam com medo , e nós fartavamos de rir (o crocodilo era de madeira). Vestiamos de fantasmas e apareciamos de repente em frente dos amigos . Era um pagode .Já vão uns belos anos, que saudades dos amigos da terra daquele cheiro típico.
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Imelda de Smet
Carnaval is een feest voor de vasten en valt ieder jaar op een andere datum.Verleden jaar gingen wij met de ouden van dagen op reis naar Barcelona.Dit keer gaan wij naar Marokko om een paar steden te bezoeken zoals Marakech, Casablanca, Fez en Tanger.Wij hopen ons daar heel goed te vermaken zoals elk van de vorige jaren.

(Tradução: Carnaval é uma festa de jejum e cai cada ano em uma data diferente. No ano passado fomos um gripo de idosos numa viagem para Barcelona. Este ano, vamos a Marrocos para uma visita a algumas cidades como Marakech, Casablanca, Fez e Tanger. Esperamos que tudo seja muito entretido como em cada um dos anos anteriores)

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MBMiguel
Quando era garota ia todos os anos para o corso na zona do Estoril.
Ia nos carros alegóricos onde tinhamos saquinhos de areia, serpentinas, papelinhos de várias cores para atirarmos às pessoas. Dançávamos, cantávamos o dia inteiro até ser de noite.
Isto durava três dias, na Quarta-feira de cinzas faziamos o enterro do bacalhau.
Onde numa padiola ia um boneco feito de palha deitado, atrás aconpanhava a viúva os filhos e os aconpanhantes fazendo grande alaridos no final eram distribuidos, os orgãos do falecido então davam um braço sr fulano de tal era muito engraçado hoje em dia perdeu-se tudo
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Manuela
Aos 16 anos, pregaram-me uma partida de Carnaval, que nunca mais esqueci...
Aqui deixo a receita da mesma, para quem a quiser utilizar, nesta época, em que :
É CARNAVAL, NINGUÉM LEVA A MAL...
Receita culinária para uma boa partida de Carnaval:
Faz-se a massa de rissóis como habitualmente.
Para o recheio usa-se algodão embebido em leite, no qual se dissolveu uma colher de caril.
Recheiam-se os rissóis com este “delicioso recheio,”passa-se por ovo e pão ralado e fritam-se.
Depois...é só oferecê-los a alguém que adore rissóis de caril...
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João Pionzo de Abreu
O carnaval antigamente, ou seja no meu tempo, brincavámos com mais alegria e sobretudo com mais respeito, claro que faziamos brincadeiras, partidas, mas com todo o respeito.
Desfilavam carros alegóricos alusivos a vários temas e não faltavam os respectivos bailes de carnaval mas antes havia vários assaltos de carnaval nomeadamente a casas de amigos, enfim havia diversas brincadeiras mas sempre dentro do devido respeito.
Hoje também se faz tudo isto mas o respeito não é o mesmo.
Há uma certa maldade nas brincadeiras que se fazem e até agressões muito perigosas, o que é pena, a época carnavalesca é tempo de brincadeira e de alegria.

4 comentários:

Anónimo disse...

Relatos bem interessantes.
Bons e sãos divertimentos para todos

Zita

Anónimo disse...

a opinião sobre o blog foi positivo revivi os meus tempos de menina como nessa altura se sabia bricar o que não acontece hoje em dia
Beatriz santos

Anónimo disse...

o meu paracer sobre os testemunhos e comentarios do carnaval que vi concordo que o carnaval é festa de brincadeiras e de alegria e faz bem as pessoas para descontrair os problemas da vida.

João

Anónimo disse...

comentários bastante interessantes, pois cada terra ou país têem as suas tradições.
O carnaval serve para nos destrair-mos e tornar-mos crianç

olga

Almoço de Natal 2009