quinta-feira, abril 23, 2009

25 de ABRIL



Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não

(Manuel Alegre, Trova do vento que passa)
*****
Madrugada de quinta-feira, 25 de Abril. Portugal dorme.
Num posto de comando clandestino, formado no Regimento nº 1 na Pontinha, em Lisboa, há um aparelho de rádio sintonizado na estação da Rádio Renascença.
Á sua volta alguns oficiais das Forças Armadas esperam ansiosos ouvir a senha que confirmará o curso irremediável da revolução planeada.
Ela virá sob a forma de uma canção: ?Grândola, Vila Morena, Terra da fraternidade, O povo é quem mais ordena, Dentro de ti, ó cidade?, do cantor José Afonso.
Passa meia hora da meia-noite quando a rádio a põe no ar.
Por todo o país iniciam-se movimentações militares. Soldados saem às ruas em tanques, jipes e camiões. É necessária a tomada de posição em pontos estratégicos: Quartéis-generais, pontes, aeroportos, postos de comunicações. Em Lisboa, as colunas militares deslocam-se pelas zonas circundantes à Baixa Pombalina e ao Terreiro do Paço, ocupando o centro da cidade e impedindo a passagem. Furriéis e cabos milicianos mantêm-se de metralhadora em punho e munições no chão. Na mira dos soldados os edifícios do poder político e policial. O aparato militar nas ruas é grande, mas os soldados aparentam absoluta tranquilidade. Os seus rostos serenos contrastam com a estupefacção de quem de manhã se faz ao emprego para mais um dia de trabalho. Percebendo que se trata de um golpe de Estado muitos populares deixam-se ficar nas ruas perto dos soldados e dos seus carros de combate.

Foi este 25 de Abril da LIberdade que o Presidente da ASAP, Ricardo Jordão, recordou esta quarta-feira de Abril, no Auditório da Universidade do Algarve, Polo de Portimão.
Perante numerosa e interessada assistência fez um resumo histórico da resistência pela elite política e literária desde o iníco do Séc. XX.

2 comentários:

Anónimo disse...

Sempre actual a informação. Assim se arquiva e se dá a conhecer a actividade de uma colectividade que a todos os titulos deverá ser conhecda

Carlos disse...

A Revolução começou em 25 de Abril mas a LIBERDADE começou a consolidar-se a 25 de NOVEMBRO.
É bom não esquecer.
O seu a seu dono

Carlos Afonso

Almoço de Natal 2009